ERP: O Que É, Como Foi e Como Será




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ERP: Enterprise Resource Planning
ERP: Sistema Integrado Informatizado de Gestão Empresarial
ERP: Sistema que suporta as atividades de uma empresa
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Definição: É um sistema ou um conjunto de sistemas informatizados, integrados e normatizados, suportados por banco de dados, que viabiliza a operação do todos (ou quase todos) os processos de negócio de uma empresa ou um conjunto de empresas.
Resumindo a definição: É um sistema que mantém uma empresa operando de forma competitiva.

Nos dias de hoje, todas as empresas, indiferentes de nicho, localização geográfica e porte, estão tendo uma vida muito mais complexa, com mais riscos e com uma dinâmica muito maior do que era há 15 anos atrás, e este fato só tende a crescer.

Isso ocorre por uma combinação variada de motivos, tais como: mudanças legais e tributárias intensas (já vi números falando que no Brasil muda-se ou cria-se uma lei a cada 20 minutos), novas práticas de execução e de gestão surgindo ou sendo renovada a todo momento, mudanças comportamentais intensas de gerações de profissionais e de clientes e que precisam viver simultaneamente, impactos tecnológicos e econômicos mudando o jogo da competitividade, entre outros.
 
Agora imagine as empresas ainda vivendo com editores de textos e planilhas como base de todo o trabalho, imagine como isso limita a vida das empresas, tente visualizar quão improdutivo e como são vulneráveis aos riscos, os processos dessa hipotética empresa… conseguiu?!?!... infelizmente essa empresa ainda existe, como também existe uma faixa enorme de empresas que estão entre não ter qualquer sistema de gestão ou ter “alguma coisa” implantada para “dar uma força”.

O nosso atual momento é muito interessante. Os ERP estão cada vez mais na web, mais estáveis, com processos melhores, apoiando a execução de mais regras de negócio embarcadas e sendo vendidos como serviço (SaaS - Software as a Service), com preços muito baixos, ou ainda gratuitos.

Os usuários dos ERP estão sendo mais exigentes e buscando mais recursos para o seu dia a dia, sem contar que eles estão conhecendo mais sobre gestão de negócio (mesmo que ainda, ao meu ver, estejam muito longe do ideal).

Ouvimos o tempo todo que estamos na Era do Conhecimento, mas na verdade estamos na Era da Atenção, onde fazer com que as todas as pessoas-chave da empresa foquem as suas atenções num projeto de ERP é quase um milagre, e os projetos precisam serem feitos de uma forma cada vez mais simples e fácil, mesmo, em essência, sendo algo complicado.

Também estamos vendo tecnologias como computação cognitiva e inteligência artificial começando a invadir o mundo dos ERP, estamos vendo modelos de negócio muito legais sendo criados… noutro dia vi uma start up desenvolvendo um novo ERP que ele vai ser/estar dentro de uma plataforma de Rede Social, ou seja, é uma Rede Social que tem um ERP embarcado compartilhado com várias empresas e que as trocas de produtos, serviços e de conhecimentos vão ocorrer entre as empresas participantes, seja fornecedores, clientes e parceiros de forma muito simples.

E essa palavra: “Simples”, está sendo o novo mantra, tendo sido colocado no centro de todos os modelos de evolução dos sistemas e dos serviços do ERP, focando, principalmente a experiência do usuário e abordando metodologias de design empático.

Mas como vivemos num mundo dissíncrono, ainda encontramos uma variação muito grande de fornecedores de ERP vivendo com a oferta de sistemas e de serviços completamente ultrapassados (por incrível que pareça ainda se vende produto em Clipper, por exemplo), em mercados com pouca exigência/capacidade (se fatura, controla o que entra e sai de dinheiro está bom) e dentro de expectativas extremamente baixas de evolução e de resultados (“Por que mesmo temos que pensar na web?”. Eu já ouvi isso!)

Nosso mundo é assim!!! Mas o mercado de ERP foi bem diferente… e muito pior.

Na década de 40, só existia grandes computadores e, operacionalmente falando, eles só conseguiam elaborar o BOM (Bill of Material - Lista de Materiais). Em projetos de navios e pontes, isso foi espetacular para a época e muita gente começou a ficar maravilhado com o uso da informática nos negócios.

Na década de 60, alguns pequenos sistemas começaram a surgir, mas foi o MRP (Material Requirement Planning - Planejamento das Solicitações de Materiais) fizeram a diferença, onde passaram a ter o que precisava comprar e produzir e quando fazer isso de forma estruturada.

Na década de 80, muitos sistemas estavam sendo operantes, tais como Contas a Pagar, Contas a Receber, Controle do Estoque, Faturamento, etc. Mas foi o MRPII (Manufacturing Resource Planning - Planejamento de Recursos da Manufatura) que foi a referência no salto do uso da informática nos negócios.

Ainda na década de 80, as empresas e os fornecedores de sistemas começaram a perceber que todos os sistemas especialistas precisavam trocar dados entre si para funcionarem de forma mais eficaz e produtiva, com as tecnologias de integrações disponíveis (como a EAI - Enterprise Application Integration) os primeiros ERP foram montados e depois os fornecedores de sistemas começaram a produzir os seus ERP com desenvolvimento próprio ou adquirindo sistemas de mercado, e passaram a vender o pacote completo.

Os projetos de ERP na década de 80 eram caríssimos e poucas empresas tinham condições de se aventurar neles. Eram basicamente uma evolução constante de projetos desenvolvidos sob encomenda feitos, na sua grande maioria, com técnicas duvidosas, até mesmo para aquela época. Mas, com o passar do tempo, as tecnologias foram melhorando, a vida foi forçando a popularização do uso do ERP, os fornecedores de ERP conseguiram acelerar bastante o seu desenvolvimento (certamente o Bug do Milênio ajudou nisso) e entramos na primeira década de 2.000, com uma grande revolução de uso do ERP que vemos os seus desdobramentos e recriações até hoje.

E Para Onde Isso Está Indo?

Sem lançar mão dos Búzios Africanos, Bola de Cristal e do Tarô de Marselha, nós conseguimos fazer algumas projeções com base nas tendências e num bom e velho “sentimento” (que alguns podem chamar de “chute”) que a experiência pode nos proporcionar. Vamos a eles:

01) O ERP vai ser a Grande Plataforma: tudo vai estar dentro do ERP, todas as suas necessidades poderão ser acionada a controladas numa única plataforma, que além de segurança controlada vai facilitar questões relacionadas ao entendimento sobre como o usuário usa o(s) sistema(s).

02) O ERP vai ser um Grande Lego: as facilidades de realizar integrações vão evoluir ainda mais, juntamente com as normatizações dos dados e os serviços em Bancos de Dados, tudo junto vai viabilizar que tenhamos um sistema de Gestão das Vendas de um fornecedor, com um Gestor de Manufatura de outro fornecedor e uma Folha de Pagamento de outro fornecedor… voltamos aos anos 80 só que com muita produtividade e flexibilidade de uso além de uma nova postura nos relacionamentos entre as softhouses e os usuários.

03) O ERP vai estar Recheado de Tecnologias Avançadas: Teoria da Complexidade, Inteligência Artificial, Computação Cognitiva, Lógica Fuzzy, Busca Semântica (aprimorada), etc. Tudo isso e muito mais vão ser embarcados de forma inteligente nos ERP e teremos novas ondas de aplicação dos ERP nos negócios.

04) O ERP vai retratar Modelos de Negócio Que Talvez Não Consigamos Nem Imaginar Agora: no Brasil ainda vemos um mercado muito reativo de ERP, onde os fornecedores trabalham, principalmente, com o que há de mais comum e não agregam valor ao seu sistema para modelos de negócio mais avançados, mas vejo que isso vai mudar. Novos fornecedores estão surgindo e estão trazendo modelagens fora do tradicional para os seus sistemas… estou aguardando ansiosamente por eles!!!

E Você e a Sua Empresa Nesta História?

Como diz o ditado popular, “se conselho fosse bom, não era dado, e sim, vendido”, mas mesmo assim quero me arriscar a dar-lhe alguns conselhos, vamos a eles:

01) Seja um Eterno Insatisfeito: não importa se o seu ERP atual está conseguindo atender a sua operação de agora, eu garanto que ele tem muito a te dar e você pode explorar possibilidades que talvez nem consiga perceber agora. Trate o hoje com os pés no chão, mas consiga ver o amanhã com o olhar nas estrelas.

02) Utilize a Força do Conhecimento do Coletivo: você não sabe tudo e nem vai ter a capacidade de saber tudo. No atual mundo empresarial que vivemos ninguém consegue internamente saber tudo que precisa para o seu negócio operar num parâmetro de alta competitividade. Você precisa de pessoas de fora da sua empresa e precisa saber explorar os conhecimentos e os serviços associados a elas. Isso vale para tudo, inclusive para as ações relacionadas ao uso e a evolução dos ERP na sua empresa.

03) Você Não Precisa Usar o Máximo Disponível da Tecnologia Para Estar Operando no Máximo da Performance da Sua Empresa: saber dosar isso é uma arte. Tudo tem que ser moldado ao que você é e ao que o seu negócio precisa evoluir. Muitas das vezes um ERP mediano com boas metodologias implantadas e muita criatividade fazem milagres.

Espero realmente que este artigo tenha colaborado com o seu entendimento sobre ERP e que o seu negócio encontre um rumo adequado com o ERP certo, no momento certo, com os serviços certos, numa visão certa de competitividade.

Vida Longa e Próspera!!!

Veja também:

Mauro Oliveira


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