CAFÉ COM ERP: "Vaca Não Dá Leite"




Há algum tempo atrás eu vi um vídeo do Mário Cortella, falando que ele havia prometido aos filhos dele, que quando eles estivessem com 12 anos, ele diria um segredo da vida. Num dado momento, o seu filho mais velho chegou a esta idade, foi até ele e perguntou o segredo, e Cortella disse que “Vaca não dá leite”. O garoto não entendeu, aí ele explicou: “Vaca não dá leite. Você tem que tirar. Você precisa acordar 4h da manhã, ir ao pasto, entrar no curral cheio de fezes, amarrar rabo e pernas da vaca, sentar no banquinho e fazer o movimento certo!”

Tem gestores de empresas que acham que “ERP faz os processos acontecerem”. Da mesma forma que a vaca, você precisa definir objetivos macros e desdobrá-los, modelar toda a sua gestão, mobilizar as equipes, desenvolver um ciclo de definição e implantação dos parâmetros, cadastros, movimentos e resultados, eventualmente tem que gerar customizações, integrações e migrações de dados, além de montar e operacionalizar uma estrutura de gerenciamento para fazer com que a implantação do ERP ocorra.

Vaca não dá leite e ERP não entrega processos. Você tem que fazer com que eles produzam.

Tem gestores de empresas que acreditam que, por estarem pagando uma fortuna (palavras deles, e certamente esse dimensionamento de investimento é contestável), o fornecedor do ERP tem que fazer tudo, garantindo que o seu pessoal recebesse os processos funcionando. Sendo que no máximo, a equipe deles iria fazer algumas poucas atividades… Quantas pessoas iludidas!!!

Outros gestores até sabem que precisam fazer um grande esforço para fazer o ERP funcionar como gostariam, mas não sabe bem quanto é esse esforço e nem a forma como aplicá-lo,

Indiferente de qualquer coisa, o que é mais importante nessa história é deixar claro que quando falamos de ERP, falamos de muito esforço aplicado por todos os envolvidos (usuários e fornecedores). Implantar um ERP é como tocar um piano a quatro mãos. O trabalho é conjunto e síncrono.

Mas quem faz o que? Quando será feito o que? De que forma? Essas perguntas precisam ser respondidas pelo Gerente do Projeto (que é do cliente do ERP) e pelas pessoas envolvidas.

Nada melhor que definir escopos, definir e montar uma boa estrutura analítica de projetos, dimensionar prazos e recursos, estabelecer as dependências, analisar as restrições, fazer o alinhamento dos recursos e fazer com que todo o sistema de gestão de projetos funcione de forma controlada. Isso dá leite… ops, quero dizer, isso faz os processos acontecerem.

Moral da História: Nada, dá nada. Tudo tem um esforço envolvido.

Análise 01: De acordo com o seu momento de maturidade do ERP, quais são os resultados que você quer e quais os esforços que precisam ser aplicados? Faça com que o seu fornecedor de ERP seja um aliado na busca pelos resultados.

Análise 02: Quais orientações você está passando para os seus clientes, em relação aos esforços necessários em cada momento da maturidade do ERP? Não vale deixar o seu cliente iludido no momento da Seleção do ERP.

Mãos e mentes à obra!!!

Mauro Oliveira


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Falando Sobre... Gestão de Compras e os ERP

ERP EM GOTAS: O poder dos banco de dados

Falando Sobre... Fator Humano no Ciclo de Vida dos ERP