CAFÉ COM ERP: Precisamos Aumentar os Padrões Éticos Por Aqui!!!
Por esses dias eu estava numa fila de
caixa de uma loja e tinha quatro jovens adultos (com até no máximo 24 anos)
conversando, e um deles falou que teve uma festa que ele foi, que ao sair levou
(mas a palavra certa seria “roubou”) um carrinho cheio de Red Bull. Quando
chegou em casa falou para a mãe dele que foi um brinde da festa. Ele comentou
que tinha que falar isso para a mãe dele porque senão ela o mandaria devolver
(isso indica que ele sabia que o que ele estava fazendo era errado). E o pior
foi que os três outros rapazes ficaram rindo e achando que essa pessoa fez algo
bem legal.
Em outro momento, eu estava no caixa de
um supermercado e a pessoa que estava me atendendo deu um troco muito maior que
devia. Eu comentei com ela que até gostaria que o troco estivesse certo, mas
não estava, e devolvi para ela. A atendente parecia espantada e falou que
ninguém mais fazia isso, e que estava cansada de ver as pessoas indo embora com
dinheiro a mais e os caixas tendo que pagar por isso.
Estava conversando com uma gestora
administrativa de uma empresa de treinamentos e ela comentou que estava cansada
de ter que repor mouses e roteadores que eram roubados, inclusive me falou que
teve um momento que até um kit de vaso sanitário foi roubado. Estamos falando de
uma empresa que vende treinamentos de R$1.000,00 a R$4.000,00 por aluno. Não
são pessoas carentes envolvidas.
Esses são apenas alguns exemplos de
problemas éticos que vemos todos os dias nas interações entre as pessoas em
todos os meios. As pessoas que querem levar vantagem em tudo estão entranhadas
na nossa sociedade e todos os crimes que estamos vendo com políticos,
funcionários públicos e empresários, são apenas o reflexo do que somos como
nação… infelizmente… e no mundo dos ERP isso também ocorre.
Num certo momento eu estava treinando um
vendedor de ERP e fomos realizar uma reunião com um potencial cliente. Na
reunião o vendedor comentou que a softhouse tinha um cliente ativo que era um
concorrente dele. Durante as conversas ele comentou que o ERP tinha algumas
funcionalidades de multiempresa que eram interessantes, inclusive que o
concorrente dele iria usar essas funcionalidades para as novas unidades que ele
estava abrindo (comentando inclusive as datas de abertura e as
cidades/estados), nesta mesma reunião, o vendedor abriu o ERP e utilizou os
dados do cliente dele (lembrando, que era o concorrente desse potencial
cliente) e mostrou informações cadastrais, movimentações e até custos. Durante
a reunião eu tentei cortar as ações do vendedor e no final eu conversei com
ele, deixando claro que o que ele fez fere totalmente os padrões éticos que um
vendedor de ERP tem que ter. O pior de tudo foi ele achar tudo isso normal e
sem a menor importância.
Em todo o ciclo do ERP temos pontos de
riscos relacionados a ética dos colaboradores dos fornecedores de ERP e da
própria empresa, onde na Seleção do ERP vemos gestores querendo suborno para
comprar um projeto, vendedores oferecendo subornos ou “brindes” muito acima do
razoáveis, todos acessando as informações relevantes sobre o direcionamento da
empresa e alguns usando-as indevidamente, vendedores que tentam enganar os
clientes, vendedores que agem de forma desleal com os seus concorrentes, etc.
Na Implantação do ERP vemos
colaboradores da empresa que fazem “corpo mole” para tudo dar errado e cobrar
aumento de salário ou horas extras, implantadores que se apropriam das
informações dos clientes, colaboradores dos clientes que passam orientações sem
registros e quando acontece algum problema se isentam dele, colaboradores que
tentam prejudicar outros colaboradores no projeto, colaboradores que armam
roubos durante o go live da Implantação, etc.
Na Pós-Implantação do ERP gestores
cobrando propina para comprar mais serviços e produtos superfaturados ou
desnecessários, softhouses que pegam as bases de dados dos clientes e as
utilizam nas suas ações comerciais, softhouses que exploram a dependência dos
seus clientes e cobram absurdos por customizações, colaboradores da empresa que
pegam informações relevantes ou sensíveis do ERP e passam para os concorrentes
das softhouses, softhouses que não cumprem os SLA (níveis de serviço de
atendimento) e nem se prontificam a indenizar os clientes, etc.
A lista de possibilidades é enorme, com
graus diferenciados de impactos e de probabilidades de ocorrer, entretanto, o
principal fator que precisamos levar em conta é que a nossa cultura tem falhas
éticas expressivas e precisamos aceitar isso e realizar ações preventivas e de
melhorias neste sentido.
Orientar as pessoas faz bem, mas o
exemplo arrasta… seja o bom exemplo!!!
Análise
01: Dentro da maturidade do ERP na
sua empresa e com base na cultura estabelecida, quais são os riscos que vocês
têm relativos às potenciais falhas éticas? Como vocês estão se precavendo
disso?
Análise
01: Sua softhouse tem como objetivo
ser um exemplo ético no setor? Se não, por que? Já analisou os impactos que
esse posicionamento pode ter? Faça esse exercício!!!
Mãos e mentes à obra!!!
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Mauro Oliveira
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