CAFÉ COM ERP: Contando Um História Dentro de Um Hospital Público




Nada melhor do que vivenciar histórias para entender como as coisas funcionam. E, às vezes, conseguimos boas histórias em momentos ruins… e esse foi o caso.

Essa história aconteceu em 2011, onde eu e os meus irmãos cuidávamos de uma tia nossa que tinha 76 anos na época e estava com câncer no estômago, ela já havia passado por vários outros problemas graves de saúde, algumas cirurgias e fazia tratamento contra o câncer no mesmo hospital público em questão dessa história.

Naquele momento, ela vinha passando mal por alguns dias e decidimos levá-la para o hospital. Conversamos com a médica dela da oncologia que nos garantiu um leito na área clínica, porém, ela havia nos orientado por telefone, que era para darmos entrada inicialmente na emergência, mas que em seguida, ela seria encaminhada para o quarto.

Ao darmos entrada na emergência ninguém tinha acesso a nenhum dos dados da minha tia, mesmo tendo um ERP operante no hospital e a ficha dela sendo enorme. Ninguém sabia de nada em relação a disponibilidade de leito, na realidade não conseguiam saber nem se tinha reserva de leito (na parte do hospital que utiliza o ERP) e nem conseguiam saber onde estava a doutora que atende a minha tia e nem se ela estava trabalhando naquele dia.

Fui informado de vários procedimentos contraditórios a ser adotado nesse caso, indo há várias áreas do hospital, onde muitas dessas áreas, mesmo tendo acesso ao ERP, não consultava o sistema e somente confiava em resultados de telefonemas e consultas à papéis.

Decidimos desistir do procedimento orientado e fizemos o procedimento normal de emergência (que infelizmente já estávamos acostumados devido aos problemas de saúde dela), e fiquei perplexo em ver que a médica que faz a avaliação dos pacientes não tinha qualquer acesso ao ERP. Imagine se nós não carregássemos sempre o dossiê médico dela conosco!!!

Mais uma vez vimos uma série de papéis e de acesso a resultados de exames por meios físicos e as enfermeiras estavam acessando aos prontuários físicos (eletrônicos é luxo, claro!!!) que estavam com informações erradas, porque eu mesmo acompanhei as informações com cada médico que a atendeu e ví que não batia com o que havia comentado pela enfermeira... ao chamar um dos médicos ele cancelou o que estava escrito e escreveu outra folha... será que a ANVISA permite este procedimento?!?!?!

O pior de tudo é que tenho a certeza de que foram gastos milhões de reais para montar a infraestrutura, licenças, etc para ter o ERP “operante” do hospital e que, mesmo tendo alguns pontos de acesso, nada era feito com efetividade. Como resultado vemos funcionários e pacientes sofrendo desnecessariamente, dinheiro público sendo jogado fora e muita improdutividade acontecendo.

Será que, mantendo uma certa proporcionalidade, isso não está acontecendo na sua empresa?

Só um comentário que não poderia deixar de colocar... a área de TI do hospital ficava ao lado da área dos Doentes Mentais... eu juro que é verdade... caso os responsáveis pelo ERP do hospital estejam por lá, certamente vão ter um tratamento VIP se precisarem.


Análise 01: Você está realmente seguro que o ERP está operando como devia? Qual foi a última vez que você providenciou uma Auditoria dele? Quais são os comentários que os usuários estão fazendo sobre ele? Todo processo de Erosão de Uso dos ERP começa pequeno e vai tomando os espaços das operações. Fique atento!


Análise 02: Como você ajuda o seu cliente de ERP a manter as operações funcionando adequadamente? Isso está acontecendo com a sua base de clientes atual? Como você sabe disso? Certamente a responsabilidade primária pelas operações dos ERP são das empresas clientes do ERP, mas cabe ao fornecedor de ERP agregar valor ao processo entregando todos os serviços e conteúdos possíveis para mitigar esses riscos.



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